sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Mulher nas Diferentes Culturas


A IMAGEM DAS MULHERES ORIENTAIS E OCIDENTAIS NA PINTURA DO SÉCULO XIX
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Considerados à margem da civilização, os povos orientais foram procurados como alívio para as angústias e pressões do desenvolvimento acelerado das cidades no século XIX.
Eles foram considerados o “outro”, o “selvagem”, por ter características diferentes das ocidentais. O diferente foi julgado inferior, atrasado.
Desconsiderados no que tinham de real, foram analisados e descritos seguindo a visão ocidental que se teve deles, muitas vezes a partir do que já se havia escrito sobre estes lugares e pessoas, criando uma espiral de escritos enganosos ou limitados.
Sua realidade não foi vista nem ouvida, mas representada. O observador sempre interfere em seu objeto de pesquisa, mas os limites para isso foram ultrapassados, criando uma cultura, uma disciplina que analisava e regulamentava o estudo destes povos, chamada “orientalista”.
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Falou-se pelos orientais, construiu-se uma imagem.
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A palestra abordou qual imagem foi construída a respeito da mulher árabe, frequentemente representada por uma “odalisca” que, por sua vez, está presente nas pinturas como uma pessoa nua e disponível, passiva, em silêncio.
O silêncio imposto a estes povos abre a possibilidade de se falar por eles, de retratá-los conforme as necessidades e fantasias do momento.

Por um lado, as mulheres árabes são representadas em haréns orientais, reclinadas, ociosas, com o corpo exposto e aberto, seminu, à espera de algo. Já as ocidentais são representadas totalmente vestidas, eretas: estão ativas, tranqüilas, parecem seguras de seu valor, de seu olhar.
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Esta era a forma de representar, através da pintura o discurso proferido na época em relação ao Oriente. Existiu neste período uma atração pelo Oriente, com viagens, literatura e pintura “descrevendo” a região e seus costumes.
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Certamente os costumes eram diferentes na Europa e países do Oriente, como retratado nas telas abaixo. A arquitetura, o corte das roupas, os tecidos, a postura, os gestos, a estrutura social, a forma de comunicação. Mas os diferentes costumes não incluem a mulher estar sempre à disposição, desnuda.
É importante notar a linha divisória entre retratar costumes diferentes e fantasiar diferenças, ou pior, inventar costumes e atitudes que fazem com que a imagem fique profundamente distorcida.
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Esquecemos que a pintura também é um discurso.


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